O Galo não tem um maior ídolo

Ser atleticano não é para qualquer um. É viver de emoção, de resistência e de acreditar até o último minuto. Não é sobre colecionar títulos – é sobre nunca desistir. 

Por isso, perguntar quem é o maior ídolo do Galo é quase impossível de responder.

Reinaldo, Ronaldinho Gaúcho e Hulk não são apenas craques. São vozes de uma torcida que sempre gritou alto, mesmo diante das dificuldades. Eles entenderam e simbolizam, cada um de uma forma diferente, o que é ser atleticano.

Aqui não falaremos de números. Falar do Galo é falar de sentimento. Mas até o final do texto, você vai ter uma opinião formada de quem é o maior ídolo do Galo. 

Reinaldo, o Rei do Mineirão

Reinaldo não jogava futebol, ele fazia arte. Com a bola nos pés, o Mineirão criava expectativa, esperando o impossível se tornar real. Mas seu legado vai além dos gols.

Ele vestiu a camisa preta e branca como se fosse sua pele. Em tempos de poucos títulos, era ele quem fazia o atleticano acreditar. Cada drible, cada gol e cada punho cerrado eram uma resposta àqueles que diziam que o Galo não podia. Ele viveu isso na pele, na final do Campeonato Brasileiro de 1977, ao ser impedido de disputar a final.

Sua história é a do próprio torcedor atleticano: resistência, paixão, luta. Não importa quantas décadas passem, seu nome seguirá ecoando no Mineirão, nos cantos da torcida, em cada batida de um coração alvinegro.

Ronaldinho Gaúcho, o Bruxo

A passagem de Ronaldinho pelo Atlético Mineiro foi uma conexão mágica, quase espiritual. 

Uma cena emblemática dessa relação aconteceu contra o Figueirense, em 2012, quando Ronaldinho, emocionado, chorou após marcar um gol, lembrando da morte do seu padrasto e de sua mãe doente. Abraçado por seus companheiros e pela torcida, Ronaldinho virou atleticano neste dia, ainda anotando 3 gols e 2 assistências. 

Outro momento marcante foi na Libertadores de 2013, Atlético e São Paulo se reencontraram nas oitavas de final, após o Tricolor ter garantido a vaga justamente contra o Galo, na última rodada da fase de grupos. No Morumbi, o São Paulo começou vencendo, dominando o jogo. O atleticano, calejado de tantas frustrações, sentia aquele medo familiar. Seria mais um ano batendo na trave?

Então tudo mudou. Ronaldinho empatou e saiu gritando na comemoração: “Aqui é Galo, porra!”. O Bruxo conseguiu resumir em uma frase o sentimento de uma torcida inteira, de uma história inteira. Um grito de quem já sofreu demais, mas nunca desistiu. A partir dali, ninguém mais segurava o Galo de Ronaldinho.

O medo do atleticano foi embora, a confiança voltou e a história mudou. O Galo não seria mais o time que só chegava perto. O Galo seria campeão da América. E Ronaldinho foi o símbolo dessa virada.

Hulk, o Herói Moderno

Quando Hulk chegou ao Galo, em 2021, havia desconfiança e dúvidas marcadas pela mancha do 7×1. Ele era um astro em Portugal, Rússia e China, mas será que entenderia o que é ser atleticano?

A resposta veio rápido. Hulk não só joga pelo Atlético – ele vive o Atlético. Em 2021, foi o motor de um time que não apenas venceu, mas atropelou, dominou e escreveu história. Com ele, o Galo conquistou a tríplice coroa e, depois de 50 anos de espera, voltou a erguer o troféu do Campeonato Brasileiro.

Mas esse título não era só uma taça. Era um reencontro com a própria identidade. Era Belo Horizonte inteira parando. Era avós e netos chorando abraçados no Mineirão. Era torcedores segurando fotos de familiares e amigos que passaram a vida esperando aquele momento, mas que já não estavam mais entre nós.

No centro de tudo isso estava Hulk. Um homem que veio de longe, sem um clube brasileiro para chamar de seu, e encontrou no Galo um lar. Ele entendeu o que é ser atleticano. Sentiu na pele. Vestiu a camisa como quem veste a própria alma.

Hulk não é apenas um artilheiro. Desde 2021, é um resgate de orgulho do torcedor atleticano.

Ser Galo é privilégio

Reinaldo foi a voz da resistência. Ronaldinho, o grito do renascimento. Hulk, a certeza da vitória.

Cada um deles deixou sua marca. Cada um deles escreveu um capítulo inesquecível. E todos carregaram no peito algo que não se mede em gols ou títulos: eles entenderam o que é ser Galo.
Ser atleticano não é sobre ganhar. É sobre acreditar. Cada um deles carregou a camisa alvinegra com esses sentimentos. E é por isso que o Galo não tem um maior ídolo, tem três.

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