O segundo convidado para o programa de Romário, De Cara com o Cara, foi ninguém menos que o maior e melhor atacante do futebol brasileiro, Ronaldo Fenômeno.
A conversa foi além das memórias das Copas. O Fenômeno apresentou uma visão ousada e transformadora para o futebol brasileiro.
Ele argumentou que, ainda que as convocações da seleção reflitam o que o Brasil tem de melhor, falta um plano para permitir que os protagonistas realmente brilhem. Em outras palavras: o time precisa jogar para Neymar, com a mesma entrega que levou a Argentina ao título mundial em 2022.
Esse ponto deveria ser evidente para todo brasileiro. Neymar é a última grande estrela que o Brasil produziu e é nossa grande chance de ganhar uma Copa do Mundo. Ignorar isso é apresentar uma opinião afetada por fatores alheios ao futebol, – que seria aceitável caso estivéssemos falando de outro assunto.
Voltando para o Fenômeno: ele considera vergonhoso que a CBF, instituição tão importante, fique parada e se distancie cada vez mais do povo. Ele argumenta que o futebol brasileiro tem muito a melhorar como indústria e considera que estamos parados há anos com pouco investimento e sem explorar o imenso potencial de nossa fábrica de craques.
Ronaldo sonha com uma CBF que se modernize e se transforme numa entidade que respira o jogo para todo o Brasil. Precisamos de inovação, de gestão eficaz, de um compromisso real com o futuro do futebol, com investimento de ponta a ponta, desde na formação de árbitros à criação da liga, que precisa acontecer o quanto antes pra tirar a CBF do centro de tudo.
Mas enfrentar os problemas listados não é fácil.
A situação que enfrentamos é a seguinte: é inegável que a gestão atual da CBF tem sido marcada por uma série de decisões questionáveis e resultados abaixo do esperado, o que levanta sérias dúvidas sobre a capacidade de quem tem o poder de decisão.
A repetição de erros e a falta de soluções consistentes para os problemas do futebol brasileiro demonstram uma incompetência preocupante, que precisa ser urgentemente revertida para o bem do esporte.
Ednaldo Rodrigues assumiu a presidência da CBF sob suspeita de fraude eleitoral e só permanece por decisão do STF. Seu histórico no futebol é administrativo, distante da realidade de quem vive o esporte dentro de campo.
Ele desrespeitou a camisa mais pesada do futebol mundial ao esperar por um treinador italiano que nunca veio.
Depois, trouxe Fernando Diniz, técnico que precisa de tempo para implementar seu estilo, e o demitiu após seis jogos – um saldo de duas vitórias, três derrotas e um empate.
A esperança brasileira se chama Ronaldo Fenômeno, o maior e melhor camisa 9 da história do Brasil. Bicampeão do Copa do Mundo e da Copa América, ele é sinônimo de paixão e transformação.
A mudança que ele propõe é urgente. O futebol brasileiro precisa voltar a ser do povo – simples, vibrante e transformador. É inaceitável que a entidade que deveria representar o espírito do nosso futebol esteja afastada da realidade e dos torcedores.
Ronaldo Fenômeno não é apenas um ex-jogador lendário. Ele é a esperança de um novo capítulo, onde a gestão é feita por quem entende a alma do futebol e que viveu na pele emoções reais dentro de campo. Se a CBF busca realmente transformar o esporte, aproximar a seleção dos torcedores e investir em todos os aspectos da indústria, talvez seja hora de colocar um verdadeiro campeão no comando.